Biometria: Saiba tudo sobre essa tendência mundial
A biometria que antes só aparecia em filmes de ficção, agora está no celular, nas eleições, nas autoescolas e no cotidiano de boa parte das pessoas. A tendência, segundo a pesquisa Biometrics – Global Market Outlook (2018-2027), é que o mercado global de biometria aumente 5x nos próximos dez anos e até 2017 deva valer US$ 76,64 bilhões.
Por conta da pandemia de Covid-19 as tecnologias que não exigem contato físico devem ser a preferidas nos próximos anos. Estima-se que o reconhecimento facial continuará sendo a modalidade sem contato mais popular, mas o reconhecimento por íris ganhará impulso significativo.
As principais aplicações comerciais desta tecnologia atualmente são para:
- Controle de ponto em empresas;
- Controle da jornada de motoristas;
- Identificação do eleitor nas eleições;
- Desbloqueio de tela de celulares;
- Controle de presença de alunos e pacientes;
- Controle de acesso a condomínios;
- Controle de acesso a salas e setores confidenciais;
- Controle de acesso a maquinários;
- Assinatura digital;
- Controle de fronteiras;
- Transações bancárias.
Diante da diversidade de aplicações e da importância dessa tecnologia, convém entender melhor o que é a biometria, como funciona e quais tipos existem no mercado. Siga conosco neste artigo e saiba tudo sobre essa tendência mundial.
O que é biometria?
De forma bem direta, a biometria tem a função de confirmar a identidade de uma pessoa. A palavra vem da junção do latim bio (vida) e metria (medição) e tem o propósito justamente de ler ou medir características únicas de indivíduos e compará-las com dados previamente cadastrados em um banco de dados.
Como funciona a biometria?
Podemos dividir o funcionamento da biometria em quatro etapas: captura, extração, criação de padrão e comparação:
Na primeira vez em que se usa um sistema biométrico, um hardware com sensores (que pode ser um celular, caixa eletrônico etc.) captura os dados que serão usados para comprovação da identidade, como imagem, impressão digital, voz etc.
Em seguida, os dados são extraídos e enviados para um software que os traduz em uma sequência específica de bits, que será associada à identidade da pessoa. É a partir disso que o sistema cria um padrão único para cada pessoa. Da próxima vez que o usuário se submeter à biometria será feita a comparação dos dados captados ao vivo com os registrados no banco de dados, comprovando ou não a identidade.
Existe ainda a possibilidade de usar a biometria para identificação, quando os dados de uma pessoa são comparados com informações de várias pessoas, com a finalidade de identificar quem é aquela pessoa. Esse método é utilizado pela investigação forense, por exemplo.
Podemos classificar as medições de biometria em duas categorias:
Fisiológicas: São analisadas características físicas de uma pessoa, tanto morfológicas (formas e estruturas) quanto biológicas. São as mais utilizadas atualmente, já que são características que normalmente se mantém estáveis ao longo da vida, como impressões digitais, o formato da mão, do rosto, o padrão das veias, o olho (íris e retina) entre outros. Para análises biológicas, DNA, sangue, saliva ou urina podem ser usados pelas equipes médicas e pela polícia forense.
Comportamentais: São analisados padrões que fazemos de forma consistente, como forma de falar (voz), dinâmica de assinatura (velocidade de movimento da caneta, acelerações, pressão exercida, inclinação), dinâmica de pressionamento de tecla, a maneira como usamos objetos, marcha, o som de passos, gestos etc.
LGPD e a Biometria
Importante ressaltar que, segundo a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais Brasileira (LGPD) os dados biométricos são considerados “dados pessoais sensíveis” e, portanto, só podem ser coletados ou compartilhados com o consentimento do titular para finalidades específicas. A Lei só permite o fornecimento desses dados sem o consentimento do titular quando for indispensável para:
- a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória;
- b) execução, pela administração pública, de políticas públicas previstas em leis ou regulamentos;
- c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis;
- d) exercício regular de direitos;
- e) proteção da vida ou segurança física do titular ou de terceiro;
- f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária;
- g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular.
Conheça agora os tipos de biometria mais utilizados comercialmente:
Impressão digital
O reconhecimento biométrico por meio da impressão digital é o mais conhecido, o mais antigo e o de menor custo de implementação. Por isso, costuma ser o preferido de muitas empresas, principalmente as do segmento de logística rodoviária. Um exemplo de aplicação neste segmento é o Bio ID, desenvolvido pela Effortech, que viabiliza por meio da identificação digital a identificação e autorização de condutores e controle da jornada, atendendo à Lei do Motorista.
Segundo cálculos dos estudos de Sir Francis Galton (primo de Darwin e considerado o pai da biometria), a chance de dois indivíduos possuírem a mesma impressão digital era de 1 em 64 bilhões.
Este método faz a leitura das digitais, que na prática são sulcos na pele dos dedos e das palmas das mãos, que possuem terminações e divisões exclusivas de cada pessoa. Como praticamente nenhuma digital é igual a outra e elas se mantém iguais durante toda a vida, o método é considerado bastante confiável.
Para realizar a identificação biométrica por meio das digitais existem, basicamente, três tipos de tecnologia: óptica, que faz uso de um feixe de luz para ler a impressão digital; capacitiva, que mede a temperatura que sai da impressão, e ultrassônica, que mapeia a impressão digital através de sinais sonoros.
Tecnologias mais atuais, como a utilizada no Bio ID, da Effortech, possuem o método LFD (Live Finger Detection) que consegue diferenciar dedos humanos vivos de réplicas e moldes, ou até de dedos humanos “roubados”, já que é capaz de distinguir tecido vivo de tecido morto, evitando que cenas de filmes aconteçam na vida real.
Além disso, é possível pedir a reidentificação do motorista periodicamente, evitando que o condutor autorize a partida do veículo e dê lugar a outra pessoa, por exemplo. No Bio ID também há o chamado “dedo de pânico”, em que o motorista cadastra um dedo específico para ser usado apenas em casos de emergência. Desta forma, o sistema identifica o dedo de pânico e emite um alerta silencioso para a central de rastreamento, que consegue agir imediatamente.
Reconhecimento da face
A biometria por reconhecimento facial até pouco tempo era vista como algo muito distante da realidade das empresas, mas nos últimos anos vem se popularizando e ganhado destaque. Um exemplo são os celulares que fazem o desbloqueio a partir do reconhecimento facial e estabelecimentos, como academias, por exemplo, que já fazem o registro de seus alunos usando a biometria facial vinculada à catraca.
A biometria facial funciona de forma semelhante ao das impressões digitais. A diferença é que neste caso o sensor escaneia e analisa diversos pontos do rosto, criando traços únicos de cada pessoa.
São analisados por exemplo, a distância entre os olhos, o tamanho do queixo, a linha da mandíbula, o formato dos olhos e do nariz, entre outros. Essa análise detalhada permite diferenciar até mesmo pessoas muito parecidas, o que traz alto poder de precisão a este tipo de biometria, maior do que por impressões digitais. É possível identificar, ainda, se a imagem capturada está sendo feita com base em uma foto ou em um rosto de verdade, dificultando as fraudes.
Além da confiabilidade do método, outro ponto forte do reconhecimento facial é a facilidade de implementação. Muitas vezes uma câmera simples, como a de um celular, resolve, sem necessidade de investir em aparelhagens específicas.
Dentre os pontos fracos da biometria facial estão principalmente as discussões com relação à segurança dos usuários, já que não existe ainda diretrizes bem claras com relação ao seu uso. A maior parte dos softwares de reconhecimento facial adotados por empresas utilizam criptografia para manter as informações seguras.
Contudo, com a popularização da tecnologia na internet muitos usuários comuns acabam submetendo sua imagem à aplicativos e redes sociais que, muitas vezes, possuem políticas de privacidade bem vagas, comprometendo a segurança dos dados pessoais.
Outra discussão envolvendo a privacidade é com relação à utilização de imagens da população em massa por governos e suas agências de investigação como o FBI, por exemplo.
Reconhecimento da íris
A biometria por reconhecimento da íris (parte colorida do olho humano, que controla a entrada de luz) surgiu nos anos 90 e é uma das mais recentes. É extremamente confiável, já que a probabilidade de uma íris ser idêntica a outra é aproximadamente 1 em 1072, ou seja, é praticamente impossível duas íris iguais no mundo.
Para fazer a captura da íris são necessários basicamente uma câmera de boa qualidade e luz, preferencialmente a infravermelha, que garante uma foto clara e de alto contraste da íris, facilitando a separação, pelo software, da pupila e da íris. Após a separação, o computador identifica diversos pontos de referência para comparação, como o centro e a beirada da pupila, a beirada da íris, as pálpebras e os olhos.
Dentre as vantagens desse tipo de biometria está sua alta precisão de acerto, a velocidade na análise e codificação da íris, que é em média 1 segundo, e a garantia de que cada íris é única e não mutável ao longo dos anos, podendo ser utilizada inclusive em pessoas cegas. É uma tecnologia muito difícil de fraudar e normalmente óculos e lentes de contato não interferem nos resultados.
Dentre as desvantagens está o alto valor de implementação, se comparado a outras tecnologias, e algumas dificuldades de utilização, como em ambientes muito movimentados, por exemplo. Doenças oculares também podem prejudicar a identificação.
Reconhecimento da voz
Estudo feito pela Spiceworks com cerca de 500 profissionais de TI na América do Norte e Europa mostrou que apenas 2% utilizam autenticação por reconhecimento de voz no local de trabalho. Contudo, essa tendência deve mudar em breve. Segundo o relatório Biometrics – Global Market Outlook (2018-2027), haverá um crescimento significativo no uso da biometria de voz até 2027.
Neste processo, um microfone capta a voz da pessoa e o software analisa questões como entonação, timbre, tom etc., e compara com um banco de dados.
Como vantagens, se destaca sua fácil implantação, baixo custo e técnica não invasiva. Contudo, em comparação com as outras autenticações biométricas, a confiabilidade dos dados é menor, já que ruídos podem comprometer a captura do áudio e a voz pode passar por alterações por problemas de saúde ou envelhecimento, por exemplo. Sistemas mais modernos têm tentado aprimorar o reconhecimento da voz, para que seja cada vez mais confiável.
E sua empresa, já utiliza alguma tecnologia biométrica? Está preparada para essa tendência mundial que deverá crescer exponencialmente nos próximos anos?
Converse com um consultor Effortech e veja como podemos ajudá-lo a viabilizar projetos de biometria, vinculados a soluções em Internet das Coisas, tornando as operações muito mais seguras.